domingo, 31 de julho de 2016

Gil

Na primeira noite, houve uma festa que me levou de volta a Mumbai, num processo que continuou na segunda noite. Era a festa de boas-vindas da Babels a seus voluntários de todo o mundo, que chegaram para participar do V Fórum Social Mundial.

O local escolhido não poderia ser melhor: atrás do armazém A-7 do porto, em seu cais, montaram-se a estrutura de som e dois bares. Tivemos, portanto, a rara oportunidade de estar à margem do Guaíba na região central de Porto Alegre, uma cidade acusada, justamente, de ter voltado as costas ao Guaíba, de havê-lo marginalizado, ao construir um muro para separá-lo da cidade, o maldito muro da Mauá. Da beira do cais, então, tínhamos a visão da cidade desde suas águas, quando o que quase sempre fazemos é o contrário, é procurar um ponto da cidade para ver o sol se pôr no Guaíba.

Para quem se lembra do post sobre Mumbai, aquela noite de babelitos irmanados começou na apresentação do Gil, que foi a penúltima no IV FSM. Desta vez, tudo começou mais cedo. Na primeira noite, estávamos à beira das águas de Porto Alegre, as mesmas pessoas de boa-vontade que vêm voluntariamente de todos os cantos do mundo (pra não acharem que é exagero: tínhamos voluntários do Líbano e de Israel, do Senegal e da Coreia) para ajudar outras pessoas de boa-vontade a se entenderem melhor. E desta vez não havia a terrível poluição de Mumbai, pobre cidade que não vê seu céu, então tínhamos sobre nós uma maravilhosa lua cheia, espelhada nas águas do Guaíba. Começaram os encontros! E o Gil nem cantara ainda, só ia cantar no Anfiteatro Pôr do Sol na noite da abertura oficial do V FSM, numa festa que prometia estender-se pela madrugada até a hora em que a música do Manu Chao viria fechá-la. 

Estávamos tão felizes! E o Gil nem tinha cantado ainda...

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