Estava hospedado numa pousada-parque
bicho-grilo em Punta Rubia. Foi das grandes rateadas que dei na vida: não
prestei atenção nas informações do site e aluguei na virada do ano um chalé sem
ar condicionado! Num começo de tarde, medi 37ºC na sala! Dormir era brabo,
nick-nick era heroísmo...
Mas o que nos leva a este textículo é
justamente o problema oposto: ao invés de como esfriar o chalé, como aquecer a
água do banho? O aquecedor era um desses de parede normais, só que colocado numa casinha
própria, com sua chaminé, atrás do chalé.
E não funcionava, e o guri da pousada ia lá, mexia e nada, a água
começava a aquecer e logo esfriava. Um saco.
Um dia eu andava por ali, cozinhando ao
sol, e vi um passarinho na volta da chaminé. Eu me criei com esses aquecedores,
mais ou menos conheço suas manhas, então me deu um estalo, fui falar com a
gerente e lhe disse: acho que tem um ninho de passarinho na chaminé, por isso o
aquecedor não fica ligado. Ela levantou a bola: o senhor viu o ninho? E eu tive
o imenso prazer de responder-lhe, com um sorriso que eu não teria como disfarçar:
—
Yo no he visto el nido, pero
vi el pájaro.
Número 01. [Lido]
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