domingo, 26 de junho de 2016

Guardanapos II

O homem branco sou eu, o homem branco é você. Somos nós que tememos nossas faxineiras: vão roubar aquelas abotoaduras inúteis, estragar o controle remoto do videocassete, desafinar o piano. Nós não evoluímos: ainda vemos os outros, os não-brancos, os não-urbanos, os não-graduados, os sem-teto, os sem-terra, como selvagens. Damo-lhes pão e circo: merenda escolar e direito a voto. Encenamos nossa farsa de igualdade, mas não entendemos nada de fraternidade. Somos primitivos.

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Jazigo de família é como um cinema com um filme ruim: quem chega primeiro pega os melhores lugares, mas quem chega por último estava aproveitando melhor a vida!

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Se de alguma forma estúpida realmente somos nós mesmos e nossas circunstâncias, então se justifica que busquemos tanto circunstâncias absurdas.

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Mãe é como capacete: quanto mais protege, mais pesa no cangote.

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