quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Sonhos I

Despertar é retirar-se de um reino onde até o alicate cremoso do Manoel de Barros é possível.

Sonhei que estava mergulhando no naufrágio de uma corveta, mas era uma situação muito diferente das que vivi nas duas vezes em que mergulhei para ver corvetas: a "Ipiranga", em Fernando de Noronha, e a "Camaquã", ao largo da costa de Pernambuco.

No sonho, havia uma fila enorme embaixo d'água; todos à minha frente eram casais e estavam nus — surpreendeu-me que alguns estivessem se beijando e, ainda assim, os homens não estivessem de pau duro. Lá pelas tantas, decidi averiguar por que a fila não andava, o que havia lá na frente, mas não furei a fila propriamente, porque ajustei meu colete e subi, passando por cima da fila. Antes da corveta estavam uns homens da marinha americana com cara de poucos amigos e depois havia um alambrado para impedir que os mergulhadores se aproximassem demais do naufrágio, do qual só se via a popa. Ao começar a voltar para o meu lugar na fila, certo de que aquele mergulho ia ser uma merda, despertei.

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