sábado, 13 de agosto de 2016

Borges

Se  a = b e b = c, então a = c. OK! É a própria definição de um silogismo.

O problema é que isso é verdade se, e somente se, a, b e c têm uma existência real e simultânea. Basta pensar num punhal. Como teria prazer em repetir Gertrude Stein, um punhal é um punhal é um punhal. Desde que ele exista. Um punhal imaginário, na mente do velho Borges, pode ser bem diferente de um punhal real, ou de um punhal imaginário em outra mente. Podemos aproveitar que Borges já veio mesmo nos visitar nestas linhas (nas minhas entrelinhas, ele está sempre presente!) e utilizá-lo para demonstrar a restrição de simultaneidade: um punhal de pedra asteca feito para afundar-se no peito das vítimas dos sacrifícios rituais não é igual a um punhal de pedra polida ontem para tirar dólares de bolsos ianques, assim como o Quixote de Menard é diferente do de Cervantes.

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Seguindo uma ideia do Borges, da qual a Bia foi vítima do Guillermo e minha, com outros títulos, numa tarde num café da Terra dos Ventos sem Nome, segue uma lista de livros com títulos impossíveis ou absurdos, copyright by YT:
  • ·       An Anthology of the Most Popular Plays During the Abbasid Rule in Cairo
  • ·       Fuegian Strategy and Tatics, Vol. 1: The Whale Wars against the Eskimos (1750-1834)
  • ·       Charles Darwin and the Eye: How The Careful Observation of an Organ Led to "The Origin of Species"
  • Wegener's Static Ideas and their Influence on Reinhold's Prutenic Tables

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